julho 14, 2009

Libélulas







As Libélulas são graciosamente chamadas de Demoiselles na França, que significa senhoritas. Ai, que amor!!!
No inglês, Dragonflies, que significa “insetos voadores com aspecto de dragão”, em uma alusão ao aspecto geral das libélulas, em especial do longo abdômen que ela têm e que é marca registrada delas. Aliás, é impressionante como os nomes dos bichos e plantas em inglês são descritivos, ao contrário de muitos nomes em português. Nesse caso, eles derivam da linguagem indígena, e só fazem sentido, na maioria das vezes, para o os próprios usuários da língua.
No Brasil, é conhecida por diversos nomes dependendo da região, como lavadeira (resultado da sua preferência por ambientes com água), cavalinho-de-judeu e cavalinho-do-diabo (não me perguntem qual a relação com os judeus e cavalos, mas cavalinho certamente é por causa do formato do corpo), donzelinha (esse deve ser por causa da singeleza das formas e cores), jacina ou jacinta (nome local referente provavelmente ao nome de alguma lavadeira de roupas), lava-bunda e lavadeira (mais uma vez os ambientes aquáticos), entre outros nomes. Não encontrei nenhum nome verdadeiramente indígena para as libélulas, mas isso não importa agora.
Como bióloga que sou, não poderia deixar de falar sobre as coisas mais biológicas das libélulas. Esses graciosos animais pertencem ao maior grupo de organismos atualmente viventes, os Insetos. Dentro dos Insetos, fazem parte da ordem chamada Odonata, que pode ser subdividida em dois grandes grupos: as libélulas que param com as asas abertas e aquelas que, quando paradas, fecham as asas sobre o corpo. Os nomes científicos desses grupos são, respectivamente, Anisoptera e Zygoptera. Nomes estranhos, não é ! Bem, as libélulas têm uma longa história de vida no planeta; existem registros fósseis de libélulas de quase 300 milhões de anos atrás, de períodos chamados Carbonífero e Permiano. Existe uma espécie fóssil que chegava a 72 cm de envergadura, medida de ponta a ponta das asas. Já imaginou você na beira de um lago, fazendo um pic-nic e de repente um bicho desse vem do teu lado “tomar água” ?
Cada libélula tem o seu nome científico também, mas essa parte eu deixo para uma outra conversa, pois são muitos e bem difíceis.
As libélulas são animais muito curiosos e passam a maior parte de sua vida dentro da água. Quando são larvas, podem ficar até cinco anos vivendo na água. Agora convenhamos, quando ela decide sair da água – o processo é rápido, cerca de 40 minutos – ela se transforma no esplendor que é. Suas amplas asas e seu corpo alongado lhe proporcionam uma beleza estranha... que eu adoro!!!
As libélulas são muito especiais para mim! Além de existirem inúmeras crendices em torno delas, sempre as vi como boa sorte, felicidade... enfim, coisas boas! Adoro vê-las, observar o colorido, a forma de voar... me traz uma sensação boa. O que pra mim já é o suficiente.
Por curiosidade, fui pesquisar quais eram as crendices e simbologias em torno da libélula. Por exemplo, no xamanismo, a libélula é o Animal do Poder, capaz de guiar-nos pela névoa dos caminhos da transformação. Na Romênia e em alguns outros países, as crendices afirmam que a libélula foi uma vez um cavalo possuído pelo demônio. Na Suécia, a crença é que o diabo utiliza as libélulas para pesar as almas humanas.
Ainda, algumas lendas afirmam que a Libélula foi um dia um Dragão de escamas coloridas (como as asas da Libélula). Voando pela noite escura, ele espalhava a luz com seu hálito de fogo. Foi ele que trouxe para nosso mundo a arte da magia e a ilusão de mudar de forma. No entanto, chegou o dia em que o Dragão sucumbiu à própria ilusão ao deixar-se enganar pelo ardiloso Coiote, que o convenceu-a a mudar de forma para provar que possuía de fato poderes mágicos. O Dragão, movido pela vaidade, adquiriu a forma de Libélula, perdendo seus poderes mágicos. Foi a vaidade que o levou a não mais retornar à sua forma primordial.
Crendices à parte, na natureza as libélulas cumprem um papel fundamental, principalmente na forma larval, quando faz parte do grupo dos macroinvertebrados bentônicos - para os leigos, os “grandes” animais desprovidos de coluna vertebral, que vivem nos fundos dos rios e lagos (coloquei as aspas na palavra “grandes” simplesmente porque eles são considerados macro quando comparados com seus companheiros de ambiente que são vistos apenas com auxílio de lentes de aumento). Quando adultas, as libélulas mostram-se na forma que eu adoro ilustrar nos meus trabalhos.
A minha primeira aplicação com papel-cola foi uma figura de libélula que eu mesma esbocei na aula da professora Ninon, em Curitiba, há alguns anos atrás. Deixei o bloco da aplicação guardado por um tempo até ter um lugar especial para colocá-lo. Hoje, ele dá um toque especial para a bolsa que eu fiz para carregar o meu material de patchwork para cima e para baixo.
As pessoas queridas sabem que eu adoro libélulas e sempre me presenteiam com imagens, tecidos ou réplicas delas. Meu marido mesmo já me trouxe várias réplicas de brinquedo das viagens que fez. Minha cunhada-amiga Solange me presenteou com um retalhinho de tecido cheio de “microlibelulinhas”, que está guardado esperando a vez de ser usado. Eu mesma já fiz algumas réplicas usando contas e arames.
Na minha última viagem de férias, visitei uma loja muito fofa em Nova Iorque (The City Quilter, em Manhattan) e comprei duas estampas de libélula. Muito lindos os tecidos! Ah, e também ganhei um livro do meu amado marido que se chama Dancing Dragonfly Quilts, que traz apenas projetos com o bloco chamado Dragonfly.

Um arraso!
Agora é só arranjar tempo e planejar o projeto perfeito!!!

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3 comentários:

  1. adorei esse texto biológico-quiltistico-mistico-anedotico....adoro as coisas que voce faz...adoro voce ! beijos
    Sandro

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  2. oi...adorei seu texto gostoso de ler...tb sou encantada por elas...tenho até blog delas...fica bem ...tenho monte de coisa de libélula tb...abraços libelulares...Ruth di

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  3. ah postei o link do teu blog, no meu, ok? bye, Ruth.

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